sexta-feira, 26 de agosto de 2011
A prova do ENEM
Para elaborar as questões do ENEM, os especialistas se baseiam em uma matriz de competências, onde aparecerem as indicações sobre quais as situações-problema (habilidades) devem ser apresentadas aos estudantes.
Analisando a matriz, é possível perceber que os conteúdos estudados ao longo da educação básica no Brasil estão presentes. Mas não são simplesmente elencados em uma lista. Pelo contrário, eles são apresentados a partir de ações e operações que devem ser feitas durante e após o aprendizado.
Cada questão, portanto, no ENEM é criada para ser um problema a ser resolvido pelo sujeito. Isso significa dizer que a prova assim construída não utiliza estratégias ligadas à memorização. Por exemplo, jamais haverá uma questão no ENEM que solicite ao estudante: enunciar as fases da Mitose, utilizar a Equação de Torricelli, saber de cor nomes de cordilheiras, planaltos, datas, nomes ou coisas sem qualquer contexto.
Após escolher uma habilidade indicada na matriz do ENEM, o elaborador deve criar uma questão que seja orientada sempre para que o estudante marque a alternativa correta. Jamais haverá no ENEM uma questão para marcar a alternativa errada ou que use termos como “exceto”. Isso é feito no sentido de não criar “armadilhas” para enganar as pessoas. Se uma pessoa errar a questão é porque não sabe resolver aquele problema e, não, porque se enganou ao ler o enunciado.
Outro aspecto importante a ser levado em conta é que as alternativas incorretas devem ser plausíveis. Ou seja, apesar de erradas, essas alternativas não devem ser absurdas, de tal forma que o sujeito possa acertar por eliminação. Se é necessário um exame para verificar o nível de apropriação das habilidades e das competências, não se pode admitir uma questão que a pessoa acerte sem saber o conteúdo ou possuir a habilidade.
Mas, ainda é necessário verificar alguns parâmetros que os especialistas não podem avaliar. Por isso, todas as questões passam por um pré-teste, ou seja, são organizadas e aplicadas para alguns grupos de pessoas no sentido de se extrair alguns dados. Nesse pré-teste, as questões com índices de acerto altíssimos ou baixíssimos são descartadas e, além disso, são levantados parâmetros estatísticos das questões como: percentual de acerto, grau de dificuldade, capacidade de categorizar estudantes com bom ou mau desempenho (discriminação), etc.
Esses parâmetros são de fundamental importância na montagem da prova e na análise dos resultados. Uma vez aprovada no pré-teste, a questão passa a compor o “banco nacional de itens” do ENEM e pode ser utilizada em alguma de suas edições.
A organização da prova é feita de tal forma que todas as habilidades sejam aferidas pelo menos uma vez e que haja uma distribuição de questões fáceis (25% da prova), médias (50% da prova) e difíceis (25% da prova). É importante lembrar que são os dados do pré-teste que permitem criar essas categorias para a inclusão na prova.
Professor Gabriel Dias de Carvalho Junior
Projeto Construindo o ENEM - Biblioteca do Cólégio Batista Mineiro - Unidade Ouro Branco
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